segunda-feira, 30 de junho de 2008

ESPIRITISMO, UMBANDA E ECUMENISMO(*)



Por: Alkíndar de Oliveira


Certa vez uma dirigente espírita relatou-me uma história que até hoje me é inesquecível. Disse-me que num evento espírita anual de grande repercussão (até a TV regional focaliza esse evento), ela, a organizadora do encontro, convidou um Grupo Musical Afro para cantar na abertura. Para que tudo ocorresse de forma organizada, as músicas a serem cantadas pelo grupo foram previamente selecionadas, de forma que tivessem sintonia com o evento espírita.


Então teve início o evento. O Grupo Musical apresentou-se e começou a cantar músicas… umbandistas!!!


Não cumpriram com o que havia sido combinado!


Os espíritas ali presentes, inclusive essa nossa irmã, remexiam-se nas cadeiras inquietos e surpresos. Alguns dirigentes espíritas ficaram altamente revoltados.


No intervalo do evento, essa nossa irmã levou uma terrível bronca dos companheiros espíritas: "Como você deixou acontecer isto??!!" E ela aflita explicou que o Grupo Musical não cumpriu com o combinado. Explicou que as músicas a serem cantadas teriam sintonia com o Espiritismo.


Os dirigentes espíritas foram então conversar com o Grupo Musical. Perguntaram ao responsável pelo grupo o porquê desse errôneo procedimento. E então, o líder do grupo, com toda simplicidade, disse: "É que quando nós íamos começar a cantar, vimos a Rede Globo entrando no recinto, e então optamos por cantar músicas folclóricas umbandistas, pois são mais apropriadas para a televisão".


Mas veja o final da história:


Essa dirigente espírita – depois do malfadado acontecimento – soube numa sessão espírita o porquê daquela ocorrência.


O mentor espiritual da Casa Espírita explicou a ela que, no dia daquele evento, havia no local vários Espíritos de escravos que se sentiam como que acorrentados em nosso planeta. Há muito tempo estavam presos em nosso solo. Não conseguiam elevar-se ao plano espiritual para serem atendidos nas colônias apropriadas. Foi quando a espiritualidade presente no evento intuiu os músicos para que cantassem músicas umbandistas, pois suas melodias tocariam n'alma desses Espíritos sofredores. Foi o que ocorreu. E, então, os Espíritos de escravos há anos presos em nosso plano, sensibilizados pela música que lhes tocava o coração, seguiram em fila para o alto com a ajuda dos espíritos amigos. Uma belíssima cena, certamente.


Depois dessa história, a dirigente espírita disse-me: "Alkíndar, essa foi uma das maiores lições que tive em minha vida. Descobri que para Jesus todas as religiões são irmãs, nós que colocamos preconceitos no relacionamento entre elas".


Caro leitor, essa história verdadeira passa-nos a lição de unirmo-nos com todas as religiões, o que nada mais é do que o tão necessário e, nesta nova era, o imprescindível ecumenismo. Jesus não disse: "Reconhecereis meus discípulos por serem espíritas (ou protestantes, ou católicos, ou umbandistas, ou budistas etc.)." Nosso Mestre disse com todas as letras: "Reconhecereis meus discípulos por muito se amarem".


Creio que abraçar a tese do ecumenismo, além de ser importante por si, é um instrumento facilitador da união entre os espíritas. Pois em vez de discutir suas diferenças, os Centros Espíritas abraçariam uma causa comum que muito ajudaria na união. E uma das melhores formas ou técnicas para conseguir a união num time ou num grupo de pessoas é estimular todos a olharem numa mesma direção.


Certamente a união entre nós será facilitada, se os dirigentes espíritas organizarem-se e juntarem-se para elaborar procedimentos com o objetivo de exercitar o ecumenismo. Por que essa atitude facilitaria a união entre os espíritas? Porque estaríamos todos olhando numa mesma direção: o ecumenismo.




(*) Texto extraído do livro Aprimoramento Espírita (pág. 249), de Alkíndar de Oliveira, Editora Truffa

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns pela mens. ,todos somos filhos de Deus , os espíritos precisam se comunicar seja no espiritismo , na umbanda e devemos a eles o nosso respeito , pois afinal somos espíritos encarnados . um grande abraço e continue iluminando a mente das pessoas que não entendem isso.

Casa do Caminho - Pindamonhangaba