Por Rudy Mara
Os judeus seguiam as leis de Moisés, que significavam a lei do "olho por olho, dente por dente". Então, quando Jesus chegou pregando a lei de amor, os judeus não aceitaram. Por isso esperavam um deslize Dele, perante as leis de Moisés, para que pudessem ter motivo para puni-Lo e bani-Lo. Tanto que um dia perguntaram a Ele qual seria o maior mandamento (da lei de Moisés). Ele então, sabendo a intenção do questionamento, pegou duas leis de Moisés e respondeu: "amareis o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração, de toda a vossa alma e de todo o vosso espírito; e o segundo, que é semelhante àquele é: amareis vosso próximo como a vós mesmos. Toda a lei e os profetas estão contidos nesses dois mandamentos."
É como se Jesus dissesse: "Todo o antigo testamento está contido nesta recomendação." Porque A LEI = é a Torá judaica, ou seja, os 5 primeiros livros do antigo testamento, onde estão as leis escritas por Moisés: Gêneses, Êxodo, Levítico, Número, Deuteronômio; PROFETAS = são os demais livros do antigo testamento, atribuídos aos profetas (médiuns) da época: Ezequiel, Daniel, etc.
Jesus fez esta recomendação, porque costumamos decorar as passagens bíblicas e utilizá-las para brigar alegando que este ou aquele não segue esta ou aquela lei. E o intuito das leis divinas não é criar brigas, desavenças, discussões, desuniões. Jesus apenas pede que peguemos apenas esta recomendação e tentemos vivencia-la em nosso dia-a-dia. Assim Ele nos faz ver que, não conseguimos nem seguir uma simples lei e nos achamos no direito de querer impor outras tantas aos outros. E ao lermos as leis, devemos entender o que elas nos pedem. Mas, muitas vezes, achamos que aquele pedido não nos cabe, mas sim aos outros. Como disse Emmanuel no livro "Vinha de Luz", cap. 2: "O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade." Porque, é fácil dizer que amamos Deus. Mas para amá-Lo, teremos que aprender a respeitar tudo que Ele criou. Começando por nós, que somos criação Dele mas que, no dia-a-dia, nos matamos aos poucos com a alimentação inadequada ou excessiva, com bebidas alcoólicas, drogas, etc. Depois com a Natureza, os animais, o próximo e o distante. Então, amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos é, primeiramente, aprendermos nos amarmos, nos respeitarmos cuidando do corpo físico, vencendo o egoísmo, a inércia, os preconceitos e nos interessarmos pelas pessoas; para que nos aproximemos dos nossos semelhantes para sermos fraternos com eles, "fazendo-lhes o que queríamos que nos fizessem."
Muitos acham importante casar-se no templo religioso, para receber as bênçãos de Deus. Mas Deus abençoa uma união onde/como quer que ela se realize. E assim, vemos pessoas casando-se como pede sua religião, mas não seguem, em seu dia-a-dia de casado, o que pede Deus: "não adulteres", etc. Usam a imagem de Jesus em adornos, jóias, quadros, mas não trazem Jesus em suas atitudes: "honram-Lhe com os lábios, mas o coração está longe Dele". Vemos como exemplo, o caso Isabella. Onde, a maioria dos cristãos acham-se no direito de julgar e condenar os supostos assassinos, sendo que o pedido é: "Não julgueis para que não sejais julgados". Atiram pedras nos acusados, sendo que a recomendação é: "Atire a primeira pedra aquele que não tiver pecado." Presidiários, que cumprem penas por terem transgredido a lei dos homens e de Deus, repudiam o casal Nardoni, sendo que a recomendação é: "tudo que fizeres ao menor dos meus irmãos, é a mim que tereis feito." Portanto, tudo que estivermos fazendo de Bom ou de Mal aos que convivem conosco neste mundo, é para Jesus que estaremos fazendo. E Ele pede, também, que "amemos nossos inimigos", isso não quer dizer que precisamos conviver, dar beijos e abraços neles. Mas que, pelo menos, não os humilhemos, não os desejemos mal, que não nos vinguemos tentando fazer Justiça com as próprias mãos, como era costume na época de Moisés. A Justiça deve ser feita pela lei dos homens e depois pela lei de Deus. Lembrando que vingança é sinal que não aprendemos a lição do: "devemos perdoar não sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes."
Então, quando devemos demonstrar que somos cristãos? Nos momentos que tudo está bem? Não. Demonstraremos que somos cristãos nos momentos difíceis. "Se amarmos somente aqueles que nos amam, que recompensa teremos?" Porque "a fé sem obras é morta", ou seja, saber o que é certo, o que Deus e Jesus esperam de nós e não fazer, de nada vale a nossa fé o nosso conhecimento da Bíblia, das obras básicas do Espiritismo, etc.
Por isso Jesus recomendou para que nos colocássemos no lugar do outro, antes de tomarmos qualquer atitude, dizendo: "tudo quanto quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles".
O casal Nardoni são seres falíveis como nós, como nossos filhos, como nossos parentes. E antes de mais nada, são filhos de Deus, consequentemente, nossos irmãos. Portanto, paremos e perguntemos: "Será que nossas atitudes são cristãs?"
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